Voluntariado no Museu

















Desde outubro, Nina Pavlosky está a fazer um programa de voluntariado no Museu Dr. Joaquim Manso, apoiando a tradução para inglês, nomeadamente das tabelas da exposição e de outros textos produzidos para o visitante.
Em breve, irá ainda colaborar na realização de visitas para o público imigrante.

Nina Pavlosky é natural da Rússsia, mas com nacionalidade britânica e reside há vários anos em Portugal, na região da Nazaré.

Seja também VOLUNTÁRIO no Museu Dr. Joaquim Manso, nas áreas do Serviço Educativo, do Inventário / Documentação e Biblioteca, da Comunicação / Produção de Eventos ou do apoio à Receção / Vigilância.

Contacte-nos: mdjm@imc-ip.tp ou telef. 262 562 802.

Tertúlia "Do mar para terra. Formas de comunicação"
















No dia 15 de novembro, decorreu no Museu Dr. Joaquim Manso a tertúlia “Do mar para terra. Formas decomunicação”, integrada nas comemorações do Dia Nacional do Mar, celebrado a 16 de novembro.

A pintura de Coelho da Silva (1909-95), “Sinal à barca”, em destaque como “Objeto do mês de novembro”, assim como as fotografias da artista alemã CharlottePauly (1886 - 1981), serviram de pretexto para recuperar memórias sobre as formas ancestrais de comunicação entre os pescadores da Nazaré, bem como para divulgar as atuais tecnologias que favorecem uma maior segurança para quem está no mar, incluindo a prática subaquática.

Lourenço Gorricha, comandante da Capitania do Porto da Nazaré, traçou a evolução dos equipamentos de comunicação pela ação pioneira da Marinha, desde meados do século XIX, marcando a separação entre o período anterior e o posterior à radiocomunicação. No entanto, se hoje é muito mais seguro andar no mar, graças aos equipamentos eletrónicos e à estrutura global da comunicação por satélite, permanecem ainda formas tradicionais de comunicação, assim como os principios básicos do seu funcionamento.

António Peixe, natural da Nazaré e capitão da marinha mercante durante largos anos, apresentou alguns dos equipamentos de comunicação ao dispor das embarcações, desde a navegação costeira à de longo curso, necessários para o seu posicionamento e orientação, bem como para segurança e transmissão de informações diversas (bandeiras, grafia e heliografia, morse, comunicação por satélite, etc.). Com a progressiva substituição de equipamentos a favor da comunicação atual, foram também desaparecendo ocupações e profissões, como o chamado “pica-pica”.

Bruno Santos, instrutor de mergulho, falou sobre a necessidade de respeitar as normas, locais e internacionais, para a prática segura da modalidade e das estratégias comunicação entre os parceiros. Por fim, despertou a curiosidade dos presentes para as várias embarcações naufragadas ao largo de Peniche, nomeadamente, no conhecido “cemitério dos navios”.

Agostinho da Nascimenta (n. 1925) e Joaquim Estrelinha (n. 1934), trouxeram a sua larga experiência de pescadores, de uma época em que a orientação e a comunicação eram sobretudo intuitivas e através de métodos artesanais. A localização dos “pesqueiros” através dos enfiamentos com “sinais de terra”, a informação sobre a chegada das traineiras às “boias” através dos sinais luminosos dos fogachos e archotes, a prospeção sobre a profundidade do mar através de sondas artesanais, entre outros, foram recordados por estes dois antigos pescadores nazarenos, o primeiro proprietário da traineira “Sol Divino”, o segundo dos barcos do alto “Bela Alice” e “Fonte da Virgem”, depois de ter “andado ao bacalhau”. Ambos concluíram sobre uma infância e uma juventude de “crise e miséria”, de quem teve muitos irmãos, pouca escolaridade e foi colocado na pesca no início da adolescência; mas, é com gosto que falam de uma pesca que requeria vigilância permanente de toda a companha, do conhecimento do mar através de um saber que era passado dos pais para os filhos.
 
Do “muro dos sinais” existente no Sítio já são poucas as memórias, uma vez que se destinava à comunicação diurna com os “galeões”, que foram introduzidos na Nazaré em 1901, mas que deixaram de existir a partir de finais dos anos 1930. Nas palavras de José Soares, “não havendo telégrafo e, muito menos, rádio, para se prover ao transporte de pescado com a maior destreza, desenhou-se, no topo da falésia, sobre um muro caiado de branco (…), as siglas dos diferentes galeões e, junto de cada um desses sinais (era assim que eram conhecidos), um sinaleiro ou acinador (acenador), que era também o chamador da companha, servindo-se de um binóculo, perscrutava o mar e vigiava atentamente os movimentos da lancha respetiva. Se esta cercava, ele tapava o sinal com o gavão e assim permanecia, aguardando o desenvolvimento do lanço. Se do galeão acenavam com o pendão (um remo embandeirado com uma peça de roupa, vibrado tantas vezes quantas as barcadas de sardinhas previstas), ele fazia drapejar o seu gavão igual número de vezes, retransmitindo assim as ordens dadas da embarcação”. As barcas eram, então, mandadas entrar ao mar.
 
Recordaram-se as cores dos vários barcos, alguns até revelando as opções políticas dos seus proprietários, como o “Cerco Republicano”, pintado de branco e encarnado e a bandeira portuguesa pintada no costado. Será porventura deste galeão o sinal da bandeira que ainda se visualiza no muro reproduzido na fotografia de Charlotte E. Pauly e nos seus desenhos e pinturas; assim como a “tesoura” pertenceria ao “Mar-em-Fora Velho” ou o óculo grande, encarnado e branco, ao “Laranja Novo”.
 
A tarde terminou após uma conversa animada em torno da identidade da Nazaré associada ao mar e das suas potencialidades turísticas.


 

Exposição comemorativa do centenário do concelho
























Está patente, no Centro Cultural da Nazaré, até dia 18 de dezembro, a exposição "Pederneira - Nazaré. 100 anos do Concelho. 1912-2012", comemorativa do centenário da designação de concelho da Nazaré.

O Museu Dr. Joaquim Manso colabora na sua organização, com a cedência de espólio e documentação variada, exemplificativa da realidade sócio-económica da época e das transformações urbanísticas e administrativas então ocorridas.

Ler mais em: http://www.cm-nazare.pt

Do mar para terra. Formas de comunicação























No Museu Dr. Joaquim Manso, as comemorações do Dia Nacional do Mar (celebrado a 16 novembro) têm início no dia 15 novembro, com a tertúlia “Do mar para terra. Formas de comunicação”, sobre as antigas técnicas de comunicação entre o mar e a terra, através de sinais visuais, acústicos e radiotelegráficos.

Os sistemas tradicionais (archote, fogacho e pinturas murais) utilizados pelos pescadores da Nazaré, hoje completamente substituídos por novas tecnologias, são trazidos ao presente pela voz dos antigos pescadores Agostinho da Nascimenta e Joaquim Estrelinha, que partilharão os seus saberes sobre processos ancestrais transmitidos oralmente de geração em geração, favorecendo o Museu o seu registo e memória.
À conversa estarão ainda António Peixe, docente de “Ciências do Mar - Ambiente e alterações climáticas” na Universidade Sénior da Nazaré; Bruno Santos, instrutor de mergulho; e Lourenço Gorricha, Comandante da Capitania do Porto da Nazaré.

Durante o mês de novembro, em exposição como “Objeto do Mês” (ler mais) estará a pintura naïf “Sinal à barca”, do nazareno Coelho da Silva (1909-1995), complementada com equipamentos de comunicação cedidos pela Capitania do Porto da Nazaré e fotografias de Charlotte E. Pauly (1886-1981), artista alemã que viveu na Nazaré no início dos anos 1930 e registou uma forma de comunicação para a pesca diurna através de sinais pintados. 

Esta iniciativa tem a colaboração da Capitania do Porto da Nazaré, da Câmara Municipal da Nazaré e da Universidade Sénior da Nazaré.

Horário: 15 de novembro, 15 horas
Local: Museu Dr. Joaquim Manso

Nazaré em galeria de Berlim



















Entre 26 de setembro e 4 de novembro, na Galeria Parterre, em Berlim, está patente ao público a exposição "Charlotte E. Pauly (1886-1981). Arbeiten auf Papier", onde figuram desenhos sobre a Nazaré realizados por esta artista alemã que aqui viveu nos anos 1930.

Recentemente, os familiares visitaram o Museu Dr. Joaquim Manso e, desde então, estamos a desenvolver uma colaboração para identificação de obras e documentação.

Uma visita a colocar na agenda a quem for a Berlim nos próximos tempos ou ler mais aqui: http://www.galerieparterre.de/ausstellung.php?id=13

Ler ainda Objeto do Mês de Novembro.


Jornadas: O Culto Mariano nos Coutos de Alcobaça



“O Futuro da Memória” foi o tema das Jornadas Europeias do Património 2012. No passado dia 29 de setembro, o Museu Dr. Joaquim Manso associou-se à iniciativa do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, inserindo-se no programa “O Culto Mariano nos Coutos de Alcobaça. Das origens ao Mosteiro de Santa Maria”, que contou também com a colaboração da Câmara Municipal de Alcobaça e da Confraria de Nossa Senhora da Nazaré.
Conforme a proposta deste programa conjunto, pretendia-se uma identificação “com a memória presente do culto de Maria, em terras de Alcobaça e Nazaré, um culto que todos os dias se constrói na incorporação da memória passada, identificando a futura”, partindo da premissa que o culto mariano é marca identitária de Portugal.
A manhã foi ocupada com uma visita ao Mosteiro de Alcobaça, sob a orientação da técnica superior Isabel Costeira. Para além de uma explanação sobre a dedicação mariana dos mosteiros cistercienses, o grupo percorreu aquele espaço conventual identificando as figurações associadas ao culto mariano, com destaque para as imagens de Nossa Senhora do Castelo, Nossa Senhora do Claustro e Nossa Senhora da Vitória, com passagem pelos “mistérios” representados no túmulo de Inês de Castro, incluindo ainda a visita à capela da Nova Sacristia e à Capela de Nossa Senhora do Desterro. Por fim, visitou-se a Igreja de Nossa Senhora da Conceição.
À tarde, rumou-se ao concelho da Nazaré, para uma primeira paragem na Igreja de Nossa Senhora das Areias, na Pederneira, em processo final de restauro. A apresentação da mesma esteve a cargo de Júlio Almeida, da Confraria de Nossa Senhora da Nazaré, que de seguida encaminhou os participantes para o local primeiro do dito milagre de Nossa Senhora da Nazaré, no Sítio. Aqui, visitou-se a pequena Ermida da Memória e o Santuário, onde permanece a culto a primitiva imagem, para além de outras representações pictóricas e azulejares alusivas à história do milagre.
Enquanto lugar de memória deste culto e espaço de reflexão sobre a sua influência e o caráter mais oficial ou popular das suas manifestações, no Museu Dr. Joaquim Manso, Dóris Santos apresentou parte da coleção de ex-votos, registos de santo, "lâminas", medalhas e outros adereços, entre fotografias, pintura e escultura, bem como documentação impressa associada ao tema. A pintura de Mário Botas, “O Milagre de Nossa Senhora da Nazaré” (1981-82) centrou esta mostra, aportando a visão contemporânea sobre a tradição iconográfica.
Ao fim da tarde, o percurso terminou no concelho de Alcobaça, na praia de Paredes, cuja pequena capela de Nossa Senhora da Vitória é motivo da organização anual de dois círios, um que parte da Nazaré (quinta-feira de Ascensão), outro que parte de Pataias (15 de agosto, Nossa Senhora da Assunção).
O antropólogo Alberto Guerreiro, técnico superior da Câmara Municipal de Alcobaça, foi contribuindo com a reflexão sobre a interligação entre a manifestação popular (profana) e a afirmação litúrgica (sagrada) do culto mariano nos antigos coutos de Alcobaça, terminando com a alusão aos contornos da sua permanência actual, na esteira de uma memória multissecular e transversal à divisão territorial.  


Jornadas Europeias do Património "O Futuro da Memória"


 

A 28, 29 e 30 de setembro, realiza-se mais uma edição das Jornadas Europeias do Património, uma iniciativa anual do Conselho da Europa e da União Europeia, envolvendo cerca de 50 países, que tem por objetivo a sensibilização dos cidadãos para a importância da salvaguarda do Património. A Direção-Geral do Património Cultural, entidade responsável pela coordenação do evento a nível nacional, propõe para este ano o tema “O Futuro da Memória.
O Museu Dr. Joaquim Manso associou-se à programação do Mosteiro de Alcobaça, integrando a visita temática “O Culto Mariano nos Coutos de Alcobaça – das origens ao Mosteiro de Santa Maria”. A visita será feita em autocarro, com paragem pela manhã no Mosteiro de Alcobaça e, pela tarde, na Pederneira,  Santuário de Nossa Senhora da Nazaré, Museu Dr. Joaquim Manso e Paredes da Vitória.
Esta é uma organização do Mosteiro de Alcobaça, com a colaboração da Câmara Municipal de Alcobaça, Museu Dr. Joaquim Manso e Confraria de Nossa Senhora da Nazaré.
Inscrições no Mosteiro de Alcobaça até dia 25 de setembro, através do telef. 262 505 120 ou do email mosteiro.alcobaca@igespar.pt

Mais informação sobre as jornadas em http://www.igespar.pt/
Conheça também o nosso objeto do mês "O Milagre de Nossa Senhora da Nazaré", de Mário Botas.
 

À Hora do Banho. Álvaro Laborinho




























Esta exposição corresponde a uma pequena seleção do espólio fotográfico de Álvaro Laborinho (1879-1970), pertencente ao Museu Dr. Joaquim Manso, localizado no Sítio da Nazaré. Resulta de uma parceria entre este museu e a “Cenas & Livros”, com o intuito de divulgar o acervo daquele fotógrafo, nem sempre exposto ou totalmente visível.

Álvaro Laborinho nasceu na Nazaré, filho de pescadores. Tinha uma loja de fazendas e atoalhados na Praça Sousa Oliveira. Mas, entre os seus múltiplos interesses, foi à fotografia que mais se dedicou. Através da sua câmara surge o registo completo da Nazaré da primeira metade do século XX, num documento histórico e etnográfico essencial para reconstruir o passado desta comunidade marítima ou para entender a produção de uma determinada imagem sobre a mesma.

A “praia de banhos” foi sistematicamente captada pelo olhar do autor, que conferiu o título de “(H)á hora do banho”, à maioria dessas fotografias.
Na primeira metade do século XX, prescrições médicas e novos conceitos de saúde e lazer trazem à Nazaré cada vez mais veraneantes, oriundos sobretudo do Ribatejo. “Vir a banhos” obedecia a um ritual de convívio anual, que estabelecia horários matinais para o banho de mar, tomado com a ajuda do “banheiro”. Aqueles que não se aventuravam nas ondas, assistiam “à hora do banho” sentados junto às barracas ou aproveitavam o tempo para um passeio até às “Pedras”.

Através das fotografias de Laborinho, assistimos à evolução da organização da praia, em áreas para barracas de banho e toldos (de sol e geral), que ocupam cada vez mais espaço em detrimento dos pescadores e embarcações, arrastadas para Sul. “Senhoritos” e “palecos” distribuem-se por zonas diferentes do areal, mas confundem-se lado a lado no momento de assistir “à hora do banho”. Os vestidos compridos vão dando lugar a fatos de banho mais decotados. Para além do banho, o tempo de permanência na praia vai aumentando e vão-se diversificando as ocupações de lazer.

A animação estendia-se entre julho e setembro, com um momento de grande afluxo durante as Festas em Honra de Nossa Senhora da Nazaré, ou até mesmo outubro, depois das vindimas.

Visite-nos e visite a exposição na livraria Cenas & Livros!
Umas ótimas férias nesta centenária “Nazaré Praia de Banhos”!

Memórias e perspetivas do mar da NAZARÉ























Numa pequena exposição, apresentam-se lado a lado tempos diferentes da Nazaré, documentada por duas gerações de fotógrafos.

ÁLVARO LABORINHO (1879-1970), a preto e branco, retrata as atividades da pesca, os enquadramentos urbanos e a praia de banhos do princípio do século XX...
Em contraponto, as imagens de uma Nazaré atual, cheia de cor, ainda que enraizada numa forte tradição piscatória e balnear, são-nos trazidas através da lente do finlandês ANTTI OLAVI SARKILHATI e da alemã GISELA BARG, residentes na Nazaré e autores de vários álbuns de fotografia (mais informação).


Esta exposição tem a colaboração do Agrupamento de Escolas da Nazaré, na sequência de uma parceria na Semana Cultural de abril de 2012.

Calendarização: 1 agosto a 2 setembro
Local: Museu Dr. Joaquim Manso

Publicações do Museu na Feira do Livro

Entre 20 de julho e 15 de agosto, no Centro Cultural da Nazaré, decorre mais uma Feira do Livro da Nazaré, uma organização da Biblioteca da Nazaré.
Como vem sendo habitual, o Museu Dr. Joaquim Manso colabora com esta iniciativa, pelo que aí poderá encontrar à venda algumas das nossas edições e postais.
Mais  uma boa razão para vir à Nazaré neste verão ou para passar pelo Centro Cultural (antiga Lota).
Informações sobre o programa da 37ª Feira do Livro da Nazaré.

Exposição "Entre Freguesias. Patrimónios cruzados"








O projeto "Entre Freguesias. Patrimónios cruzados", realizado em parceria com o Agrupamento de Escolas Amadeu Gaudêncio e a colaboração da Câmara Municipal da Nazaré e das Juntas de Freguesia da Nazaré, Valado dos Frades e Famalicão, está a chegar ao fim, depois de seis meses de realização.
A exposição de todos os trabalhos está patente no Museu Dr. Joaquim Manso, entre 26 de junho e 8 de julho.

Ler mais sobre o projeto "Entre Freguesias. Patrimónios cruzados" 

Exposição "Praia da Nazareth. Panorama dos anos 1920!"
















Prolongámos por mais uns dias a exposição “Praia da Nazareth. Panorama dos anos 1920”!

Até 24 de junho, pode relembrar alguns dos edifícios e barcos típicos da Nazaré, através dos trabalhos tridimensionais dos alunos do 7º, 8º e 9º ano de Educação Tecnológica do Externato D. Fuas Roupinho (orientação prof. Afonso Henriques), no âmbito de um projeto de parceria desenvolvido ao longo do ano letivo e centrado na pesquisa de memórias arquitetónicas, industriais e sócio-económicas desta vila piscatória.

Exposição fotográfica “A Nazaré de Lança Cordeiro. Décadas 1950-1970”


Em meados do século XX, a Nazaré fascinava pintores e fotógrafos, nacionais e estrangeiros, em demanda de uma promessa de originalidade de paisagens e tradições ligadas ao mar e à pesca, numa Europa pós-II Guerra Mundial que se abria definitivamente à industrialização e ao desenvolvimento comercial. As suas gentes habituaram-se às lentes de amadores ou profissionais, a conviver de perto com pintores e escritores, que, consciente ou inconscientemente, participaram na produção e divulgação de uma determinada imagem identitária da Nazaré.

António Manuel de Lança Cordeiro (1938-2000) seguiu a via profissional da arquitetura, mas a fotografia foi outra das suas paixões, assim como a Nazaré onde cresceu. Das décadas de 1950 a 1970 ficou uma série de fotografias, que o autor ofereceria ao Museu Dr. Joaquim Manso nos anos da sua organização (1976), na qual também colabora ativamente.

Essencialmente a preto e branco, no formato 6x6, elegem como cenário as ruas da Praia da Nazaré. O interesse de arquiteto sente-se na atenção ao edificado tradicional, à denúncia das ameaças a que o mesmo se sujeitava perante uma realidade que anunciava a mudança económica e social consubstanciada a partir dos anos 1980. Mas, acima de tudo, as fotografias de Lança Cordeiro expressam o seu entendimento global do espaço, a visão de urbanista e a relação da arquitetura com as vivências e as suas ocupações funcionais.

A mulher é uma presença constante. À conversa, em grupo; no arrebate da porta a cuidar dos filhos ou a remendar roupa; envolta em capas negras ou em traje de trabalho; a transportar filhos, peixe ou lenha; a vender legumes e frutos secos; … é ela que povoa as ruas estreitas e os “pátios” da praia. Ao homem, associam-se as embarcações, o transporte das artes, o convívio na taberna…

Nas palavras de Lança Cordeiro, “todas estas Ruas, a Frente do Mar e o Mar, formam um conjunto que é um órgão vivo, claro e certo. (…) São estas 3 partes que se constituem em órgão vivo, pela vida que se lhes dá e faz diariamente. (…) As terras vão vivendo ou morrendo pelo que vamos fazendo, gerações e mais gerações, muito ou pouco lá vai ficando como sedimentos, camadas sucessivas ao longo de vidas”.

O núcleo fotográfico oferecido pelo autor ao Museu Dr. Joaquim Manso trata-se, assim, de um significativo contributo para a documentação visual da Nazaré das décadas de 1950-70, assim como para o debate sobre o papel que a fotografia assume na construção da memória nazarena, e como ela hoje se nos oferece, quer na sua vertente documental, quer artística.

Em exposição no Centro Cultural da Nazaré, até 16 de junho.

Colaboração: Câmara Municipal da Nazaré, Biblioteca da Nazaré, José Carlos Codinha, Jaime Rocha, Bombeiros Voluntários da Nazaré, família do autor.

Apoio: Carlos Portugal – Fotografia Profissional


Horário de Verão

Excepcionalmente, o horário de Verão terá início apenas em julho.
Entre julho e agosto, estaremos aberto entre as 10h e as 18 horas, para que nos possa visitar mesmo à hora de almoço.

Assim aconteceu em maio...


















Nos dias 18 e 19 de maio, o Museu Dr. Joaquim Manso esteve em festa, com a programação do Dia Internacional dos Museus e da Noite dos Museus.

Este ano, em que se comemorou o 35º aniversário do Dia Internacional dos Museus (criado pelo ICOM - Conselho Internacional de Museus), o tema foi dedicado aos "Museus num Mundo em Mudança: Novos Desafios, Novas Inspirações".
Na tarde do dia 18, o Museu acolheu os alunos do 7º, 8º e 9º do Externato D. Fuas Roupinho para a inauguração da exposição dos seus trabalhos, representando barcos e edifícios tradicionais da Nazaré, desaparecidos ou demolidos após as grandes alterações no sector das pescas e na economia local, verificadas sobretudo a partir dos anos 1980. Os trabalhos tridimensionais, realizados no âmbito da disciplina de Educação Tecnológica, sob coordenação do prof. Afonso Henriques, estão incluídos na exposição "Praia da Nazareth. Panorama dos anos 1920", na receção do Museu até ao dia 10 de junho. Para a cerimónia de abertura, para além do Diretor da Escola, um grupo de alunos convidou os presentes a uma viagem lusófona pelo "mar" da poesia, percorrendo as salas do Museu.

A Noite dos Museus decorreu no Centro Cultural da Nazaré, marcando a inauguração da exposição fotográfica "A Nazaré de Lança Cordeiro. Décadas 1950-1970", patente ao público naquele espaço municipal até 17 de junho.

António Manuel de Lança Cordeiro (1938-2000) seguiu a via profissional da arquitetura, mas a fotografia foi uma das suas paixões, assim como a Nazaré onde cresceu. Das décadas de 1950 a 1970 ficaram fotografias que o autor ofereceria ao Museu Dr. Joaquim Manso. O interesse de arquiteto sente-se na atenção ao edificado tradicional, à denúncia das ameaças a que o mesmo se sujeitava perante uma realidade que anunciava a mudança económica e social consubstanciada nos anos seguintes. Mas, acima de tudo, as fotografias de Lança Cordeiro expressam o seu entendimento global do espaço, a visão de urbanista e a relação da arquitetura com as vivências e as suas ocupações funcionais.
O núcleo fotográfico oferecido pelo autor ao Museu Dr. Joaquim Manso, em parte agora exposto, trata-se de um significativo contributo para a documentação visual da Nazaré de meados do século XX, assim como para o debate sobre o papel que a fotografia assume na construção da memória nazarena.

"Um tempo de jazz…", com Joaquim Pequicho, acompanhou a abertura da exposição, seguindo-se uma mesa-redonda sobre a vida e obra do arq. Lança Cordeiro, com as filhas do autor, Olga e Ana Lança Cordeiro, e os amigos Laborinho Lúcio, José Carlos Codinha e Norberto Isaac. Foi uma sessão rica de emoções, que testemunharam a afetuosidade de todos os presentes pelo autor e a importância da sua intervenção na sociedade civil e cultural da Nazaré.

A partir das 22h30, as danças assumiram o protagonismo numa segunda parte mais festiva, com a participação de vários grupos locais: "Danças Contemporâneas" pela AMA – Academia Municipal das Artes / Câmara Municipal da Nazaré; Sabor Latino; Solodanza; e Flávia & Sílvio, com danças de salão.

A apresentação esteve a cargo de João Veríssimo, que foi lendo durante a noite alguns textos da sua autoria sobre a vila da Nazaré.

Este evento contou com a colaboração da Câmara Municipal da Nazaré.

O Museu Dr. Joaquim Manso presta o seu reconhecimento a todas as pessoas e entidades que participaram em mais uma "Festa dos Museus" em maio e, assim, a tornaram possível!


Museus em MAIO

O Museu Dr. Joaquim Manso tem o prazer de convidar para celebrar connosco o Dia Internacional dos Museus e a Noite dos Museus!

DIA INTERNACIONAL dos MUSEUS
18 de maio, sexta-feira
Local: Museu Dr. Joaquim Manso

 
14h30-16h: Abertura da exposição “Praia da Nazareth. Panorama dos anos 1920”
Apresentação de trabalhos dos alunos do 7º, 8º e 9º ano de Educação Tecnológica do Externato D. Fuas Roupinho (orientação prof. Afonso Henriques), no âmbito de um projeto de parceria centrado na pesquisa de memórias arquitetónicas, industriais e sócio-económicas da Nazaré.

Intervenção dos alunos, com explicações sobre os trabalhos e leituras sobre o património nazareno.
Iniciativa com a colaboração do Externato D. Fuas Roupinho.




NOITE dos MUSEUS
19 de maio, sábado
Local: Centro Cultural da Nazaré


I parte
21.00 h – Abertura da exposição fotográfica “A Nazaré de Lança Cordeiro. Décadas 1950-1970”
Primeira apresentação pública do núcleo fotográfico oferecido ao Museu Dr. Joaquim Manso pelo seu autor, o arquiteto Lança Cordeiro (1938-2000). Trata-se de um significativo contributo para a documentação visual da Nazaré das décadas de 1950-70, com uma temática essencialmente centrada nas ruas e no edificado tradicional.

“Um tempo de jazz…” – atuação musical de Joaquim Pequicho, acompanhando a abertura da exposição.

21.30 h – Mesa-Redonda sobre a vida e obra do arq. Lança Cordeiro e a sua intervenção na sociedade civil da Nazaré, com a presença de:
Laborinho Lúcio
José Carlos Codinha
Norberto Isaac (Biblioteca da Nazaré)
Olga e Ana Lança Cordeiro (filhas do autor).


II parte
22.30 h – Momentos de dança, com os grupos:
Danças Contemporâneas (AMA-Nazaré)
Flávia & Sílvio (danças de salão)
Sabor Latino
Solo Danza
Apresentação: João Veríssimo


Colaboração: Câmara Municipal da Nazaré, Biblioteca da Nazaré, José Carlos Codinha, Jaime Rocha, família de Lança Cordeiro e demais intervenientes na programação.
Apoio: Carlos Portugal – Fotografia Profissional



Entrada gratuita em todos os eventos.


Campanha Promocional do Livro
Para assinalar o Dia Internacional dos Museus, o Instituto dos Museus e da Conservação volta a promover uma “Campanha Promocional” das suas edições, à venda nos museus e palácios da sua tutela.
Visite neste período o Museu Dr. Joaquim Manso e adquira publicações a valores muito apelativos!

Calendarização: 16 a 31 de maio, no horário de abertura do Museu Dr. Joaquim Manso.

Toda a informação sobre o Dia Internacional dos Museus no portal do Instituto dos Museus e da Conservação.

Doação do Espólio de Humberto Sousinha Macatrão

Entre 28 abril e 13 maio, no Centro Cultural da Nazaré, estará patente uma exposição bibliográfico-documental de apresentação do espólio de Humberto Sousinha Macatrão (1916-1998), numa organização conjunta do Museu Dr. Joaquim Manso e da Câmara Municipal da Nazaré.

Natural do Sítio da Nazaré, Humberto Sousinha Macatrão repartiu a sua vida entre esta vila piscatória e o Bombarral, onde trabalhou largos anos na Tipografia Judícibus, com acesso privilegiado à informação e ao contacto com artistas e escritores. Figura culta, amante da leitura, da investigação e do saber, nunca deixou de manter ligação com a Nazaré, recolhendo todas as suas edições e seleccionando dos jornais as notícias referentes à sua terra natal. Entre volumes e periódicos vai também reunindo uma biblioteca considerável, a qual organiza tematicamente por áreas de arqueologia, antropologia, história universal e regional, arte, literatura, organização do trabalho, entre outras.
Uma parte deste qualificado fundo bibliográfico e documental foi doada recentemente ao Museu Dr. Joaquim Manso e outra parte à Câmara Municipal da Nazaré, garantindo-se a salvaguarda e consulta pública do trabalho criterioso de um homem que dedicou a sua vida ao livro e ao conhecimento, (in)voluntariamente documentando a memória da região ao longo do século XX.


No dia 28 de abril, pelas 16 horas, decorrerá uma sessão pública de apresentação desses dois núcleos documentais e biográficos, com a presença de familiares.

Ler mais sobre esta exposição no portal do Município da Nazaré.

Em destaque: "Avental de Festa"

Na Nazaré, por altura da Páscoa, sempre foi com orgulho que se vestiu o “traje de festa”, justificando em tempos a realização de um “concurso de traje e de foquim”.

Como peça muito importante do traje feminino, emprestando-lhe cor e riqueza, para esta época as mulheres reservavam os seus melhores aventais, que exibiam com certa vaidade, muitas vezes bordados à mão pelas próprias, como o avental que destacamos como "Objecto do Mês", que ficou em segundo lugar num concurso em 1937.

Cada vez mais substituído por um trabalho à máquina, ainda é vulgar encontrar a mulher ostentando um “avental de festa” durante a Páscoa, quando a Nazaré se enche de jogos tradicionais, animação na rua e turistas.


Ler mais em Objecto do Mês.

Sessão de Arqueologia no Museu












Na tarde de 31 de março, teve lugar no Museu Dr. Joaquim Manso a sessão "Novas formas de divulgação da Arqueologia", com a colaboração do "Portugal Romano".

Filomena Barata e Miguel Rosenstok apresentaram o projecto "Portugal Romano", que nasceu no final de 2010 da vontade de divulgar informação sobre a presença romana no actual território português e de articular o saber científico sobre vestígios e estações arqueológicas, considerado muito disperso. Salientaram o rigor colocado na informação disponibilizada, mas sempre numa preocupação com o objectivo da mais ampla divulgação, mesmo junto de novos públicos, não necessariamente especializados na área. Esta iniciativa, que conta ainda com o trabalho de Raul Lousada (que não pode estar presente no evento), socorre-se essencialmente das ferramentas electrónicas e da internet, com presença constantemente actualizada no Facebook e no respectivo site (http://www.portugalromano.com/), onde estão igualmente disponíveis as revistas editadas pela organização, com uma periodicidade bimestral.
Na Nazaré, foi apresentada o número 1, com artigos incidindo nesta área geográfica ou em temática relacionada com o mar, e onde não falta o destaque a peças do período romano existentes no Museu Dr. Joaquim Manso.


Carlos Fidalgo, investigador nazareno na área do património, apresentou uma comunicação sobre as condições favoráveis à presença romana em torno das primitivas lagoas (lagunas) da Pederneira e Alfeizerão, identificando vários achados arqueológicos (alguns incluídos no acervo deste Museu) que, de alguma maneira, estabelecem uma cartografia e lançam pistas de investigação sobre possíveis articulações comerciais à época.

Finalmente, Adriano Monteiro trouxe as suas considerações sobre a origem da Igreja de S. Gião, iniciando pela lenda de S. Julião e a presença deste santo em zonas portuárias portuguesas. Chamou a atenção para a provável origem romana deste templo considerado visigótico, demonstrando graficamente a sobreposição de elementos decorativos e arquitectónicos.

Ler mais em Portugal Romano.

Novas Formas de Divulgação da Arqueologia | 31 março


No próximo dia 31 de março, em colaboração com o projeto “Portugal Romano”, o Museu Dr. Joaquim Manso promove a conferência “Novas Formas de Divulgação da Arqueologia”.

Do programa consta o lançamento do número 1 da revista “Portugal Romano.com” por Raul Lousada, Filomena Barata e Miguel Rosenstok. Este é um projeto que tem por objetivo dinamizar, divulgar e promover a arqueologia romana em Portugal.

Numa articulação com a ocupação regional, Carlos Fidalgo apresentará a comunicação “A presença romana na periferia das lagunas da Pederneira e Alfeizerão” e Adriano Monteiro, “A Igreja de S. Gião”.

Na exposição permanente do Museu Dr. Joaquim Manso figuram objetos do período romano, em parte provenientes de campanhas arqueológicas realizadas nos anos 1970 naquelas áreas.


Saber mais em
http://www.portugalromano.com

Data: sábado, 31 março
Hora: 15 horas
Local: Museu Dr. Joaquim Manso
Com o apoio da Confraria de Nossa Senhora da Nazaré
Entrada gratuita

"estórias e poesias de José Soares" no Externato D. Fuas Roupinho


No dia 21 de março, numa parceria com o Museu Dr. Joaquim Manso, decorreu no Externato D. Fuas Roupinho a sessão “estórias e poesias de José Soares” comemorativa do Dia Mundial da Poesia.

O poeta “foi à escola”, viu os trabalhos realizados por alunos inspirados na sua obra e, na voz de outros alunos, escutou alguns dos seus poemas inéditos.Depois, José Soares leu poemas publicados em “Ventania” (c.1960) e respondeu, com a sua longa sabedoria, às curiosas perguntas da assistência.

Filho de pescadores, pudemos constatar que o MAR sempre foi a matriz da sua poesia e nela intuímos a Nazaré dos barcos e das “sete saias” dos anos 1950-60. Para o autor, que começou a escrever poemas aos 13 anos, não se faz poesia por fazer; o “poema é uma arma”, uma forma de intervenção social, de melhorar o mundo e o homem! Se os poemas têm a sua parte estética, a “arte não é só beleza”, a “beleza é um adorno da arte”.

É com muito agrado que esteve entre os jovens falando da sua poesia, mas sobretudo, da obra de outros “grandes poetas”, como Carlos Queirós e José Gomes Ferreira, ignorados ou ofuscados nos programas escolares e nas edições.
Por isso, e em resposta à pergunta de um aluno sobre “O que é o Amor?”, estes momentos de “partilha” são momentos de Amor, ao qual se sobrepõe a Amizade, destituída da parte carnal do primeiro.


A todos deixa a recomendação – contrariar as palavras de repreensão proferidas por um saudoso professor do seu tempo de frequência do Seminário: “Vocês (alunos) fazem muito bem o mal e fazem muito mal o pouco bem que conseguem fazer”. Nunca se esqueceu dessa frase e sempre orientou a sua vida por tentar fazer “muito bem o bem”.
 


“Eu e o Mar” 

(…)
 Ainda eu era de mama
 E já tinha por meu mundo o Mar.
 Da areia quanta vez fica cama!
 Por isso agora, quando o Mar brama,
 Sei que me chama para conversar.”
 (…)
 


José Soares (Excerto de poema "Eu e o Mar", em "Ventania", 1960).


Sessão de homenagem a José Soares












No passado dia 17 de março teve lugar, no Museu Dr. Joaquim Manso, uma sessão de reconhecimento e homenagem a José Soares – uma figura bem conhecida na Nazaré, que ao longo da sua vida sempre manifestou grande interesse pelo estudo e investigação da cultura local, sendo autor de uma significativa produção literária.
Rodeado de grande número de amigos, José Soares (n. 1922) ouviu palavras de estima, de consideração e respeito intelectual, elogiando a sua sabedoria, a sua capacidade crítica e de autoanálise, a sua preocupação com o Mundo, a sua arte de fazer amigos e de saber ser amigo, enfim, palavras de muitos afetos que atravessaram gerações e se espelharam nas intervenções dos vários oradores.

Amigos de longa data como Basílio Martins, Felisberto Matos e Armando Lopes, nomes ligados à imprensa regional, recordaram momentos de trabalho e de intervenção social, associados a tempos de descoberta das características etnográficas e patrimoniais da Nazaré, sendo José Soares considerado, nesta área, uma “biblioteca viva”.
Para Maria do Carmo Vieira, Abreu Pessegueiro e António Jacinto Pascoal foi um reencontro. Um reencontro de memórias, de projetos e de expectativas.

Com ternura, Maria do Carmo Vieira, autora do livro “O ensino do Português” (Fundação Francisco Manuel dos Santos, 2010), salientou a “sabedoria da velhice”, marcadas nas rugas de um rosto arguto e inteligente, e que refletem também a tranquilidade e o sonho de um mundo melhor.

O arquiteto e pintor Abreu Pessegueiro, natural do Porto, relembra tempos passados na casa de José Soares, o início do seu percurso como artista, as primeiras exposições na Nazaré nos anos 1960, a Comissão Municipal de Turismo, a motivação e o estímulo que José Soares sempre lhe transmitiu.

O poeta e escritor Jacinto Pascoal, no início da sua vida de docente em Alcobaça, encontrou em José Soares uma forma de ampliar conhecimentos, de ser aprendiz de um homem com convicções e capacidade de reconhecer erros e admitir correções.
Foi ainda relembrada a obra literária de José Soares, a sua importância para uma melhor compreensão da cultura e identidade local, os seus projetos futuros. Jacinto Pascoal afirma: “a sua arte é um abraço”.
No âmbito da poesia popular, Maria da Nazaré declamou um poema de sua autoria, redigido propositadamente para a sessão. Por fim, o presidente da Câmara Municipal da Nazaré, Jorge Barroso, elogiou as características éticas da personalidade de José Soares, valorizando a sua obra.
A sessão contou ainda com a participação do público e a apresentação do filme de Steve Delgado, “O Corrimoeiro”, realizado por este artista nazareno a partir da leitura da obra pelo seu autor, no espaço do Museu.

O Museu Dr. Joaquim Manso agradece a presença do público e a simpática colaboração de todos os convidados, que tornaram possível "estórias e poesias", sessão de homenagem a José Soares.

Consulte os textos lidos por Abreu Pessegueiro, Jacinto Pascoal, Basílio Martins e Armando Lopes.
Ler notícia no portal da Câmara Municipal da Nazaré.





Descubra o Património Imaterial da Nazaré no MatrizNet













O Museu Dr. Joaquim Manso iniciou em 2011 um Programa de estudo sistemático do Património Cultural Imaterial da Nazaré, em particular: processos e técnicas tradicionais; práticas sociais, rituais e eventos festivos; tradições e expressões orais.
Realizado pela equipa do Museu, este Programa de estudo envolve a colaboração de diversas entidades do concelho, sendo utilizadas as metodologias de inventário desenvolvidas pelo Departamento de Património Imaterial do Instituto dos Museus e da Conservação, disponíveis através do software Matriz 3.0 - Inventário, Gestão e Divulgação de Património.


Descubra agora as primeiras manifestações de Património Cultural Imaterial da Nazaré documentadas pelo Museu Dr. Joaquim Manso, disponíveis ao público através do MatrizNet, interface de publicação na internet dos inventários dos Museus do IMC.




Círio de Nossa Senhora da Vitória
Romagem secular que parte anualmente do Santuário de Nossa Senhora da Nazaré à ermida da praia de Paredes.





Seca do Peixe
Processo tradicional de preservação alimentar, praticado diariamente na praia da Nazaré.





Utilize também o MatrizNet para descobrir as colecções do Museu Dr. Joaquim Manso (clic)



“estórias e poesias de José Soares” | 17 março


Em março, no âmbito da iniciativa “Objeto do Mês”, o Museu Dr. Joaquim Manso destaca a pintura “Cabeça de nazarena”, de José Soares, oferecida pelo autor nos anos 1970.
Escritor e estudioso da Nazaré, José Soares (n. 1922) publicou vários trabalhos sobre a história, costumes e tradições locais, privilegiando um contacto estreito com artistas e intelectuais que frequentavam esta praia em meados do século XX. Nos anos 1970, colabora na recolha e no estudo de objetos etnográficos, com vista à organização e abertura do Museu Dr. Joaquim Manso. 
Este é o pretexto para uma tertúlia de homenagem ao autor, com a presença de nomes ligados ao património, à literatura e às artes plásticas: António Jacinto Pascoal, Basílio Martins, Felisberto Santos Matos e Francisco Abreu Pessegueiro.
A sessão contará ainda com a presença do Presidente da Câmara Municipal da Nazaré e com a apresentação do filme de Steve Delgado, “O Corrimoeiro”, gravado no Museu Dr. Joaquim Manso com narração de José Soares, a partir da sua obra homónima.
Num convite para esta sessão, fiquemos com as palavras do poeta: “O homem não é o que parece nem o que é mas o que vai sendo. É portanto, um pouco mais do que diz o poeta (Carlos Queirós): ‘por dentro das coisas é que as coisa são’. Afinal, o Homem é a sua história”.
No dia 21 de março, Dia Mundial da Poesia, no Externato D. Fuas Roupinho, decorrerá uma sessão de leitura de poemas de José Soares.

Visita da comitiva brasileira que acompanha imagem de N.ª Sr.ª da Nazaré de Belém do Pará

No dia 2 de março o Museu Dr. Joaquim Manso foi visitado pela comitiva que acompanha a imagem peregrina de Nossa Senhora da Nazaré, de Belém do Pará (Brasil), que esteve na Nazaré numa visita de dois dias. Do acervo do Museu, para além de imagens e gravuras associadas à devoção a Nossa Senhora da Nazaré, constam alguns “registos de santo" evocativos do milagre de Nossa Senhora da Nazaré de Belém do Pará, datados da segunda metade do século XIX.

No primeiro dia, 1 de março, do programa oficial constou uma celebração eucarística no Santuário de Nossa Senhora da Nazaré, onde entoou alguns cânticos Fafá de Belém.

O "Círio de Nazaré", de Belém do Pará, é considerado a maior manifestação religiosa do mundo, conseguindo congregar num dia cerca de 2 milhões de pessoas. Realiza-se anualmente desde o século XVIII, numa celebração composta por várias etapas e símbolos, em torno da imagem de Nossa Senhora da Nazaré, devoção que foi introduzida no Pará pelos Jesuítas, no século XVII. Em setembro de 2004, foi registado como Património Cultural de Natureza Imaterial (consultar), pelo Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Ler mais em Portal da Câmara Municipal da Nazaré.