Inauguração da exposição “CORES DA NAZARÉ. A pintura de Ana Maria Botelho”






24 setembro | INAUGURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO “CORES DA NAZARÉ. A pintura de Ana Maria Botelho”, no âmbito das Jornadas Europeias do Património

Foi com casa cheia, e com a leitura de poemas pelo grupo "AMIGOS DAS LETRAS DE ALCOBAÇA", que abrimos a exposição que revela ao público os últimos trabalhos da artista Ana Maria Botelho (1936-1956), inspirados na Nazaré e nas suas memórias, como que "num regresso à infância". A esta vila piscatória foi trazida pela primeira vez em pequena, na companhia do "avô Bellas", que seria à época "diretor das conservas". Desde então, ao longo da sua vida, as nazarenas "sempre inspiraram a sua pintura (...) pela carga dramática que carregam".

Jorge Pereira de Sampaio, historiador e amigo pessoal da pintora, explicou a motivação desta exposição e os critérios que presidiram à seleção das 10 pinturas agora reveladas. Com um traço algo "naïf", plenas de cor ou evocando o negro e o padrão do traje nazareno, elas estabelecem diálogos com os objetos etnográficos e artísticos em exposição no Museu, incitando a olhares e leituras transversais.

Para além das palavras dos filhos e familiares da pintora, o grupo "Amigos das Letras" declamou vários poemas da autoria de Ana Maria Botelho, compilados em "Passos da minha noite" (2015), uma colectânea de textos escritos ao longo de cerca de 50 anos.

OS NOSSOS AGRADECIMENTOS a todos os presentes e a todos os que tornaram possível esta exposição / homenagem a Ana Maria Botelho!

ORGANIZAÇÃO:
Museu Dr. Joaquim Manso – Museu da Nazaré / Direção Regional de Cultura do Centro
Jorge Pereira de Sampaio

HORÁRIO:
24 de setembro a 6 de novembro de 2016
terça-feira a domingo, 10h-12h30 | 14h-18h (17h30 a partir de 1 de outubro)

+ INFORMAÇÃO
aqui







Exposição “Cores da Nazaré. A pintura de Ana Maria Botelho”




Exposição
“CORES DA NAZARÉ. A pintura de Ana Maria Botelho”

No âmbito das Jornadas Europeias do Património, o Museu Dr. Joaquim Manso inaugura a Exposição “Cores da Nazaré. A pintura de Ana Maria Botelho”, no sábado 24 de setembro, pelas 15h30.

Na abertura do evento atua o Grupo "Amigos das Letras de Alcobaça", com declamações sobre a autora e a sua obra poética.

A exposição “Cores da Nazaré. A pintura de Ana Maria Botelho” (1936-2016) apresenta um conjunto de pinturas e desenhos inéditos, realizados pela artista no seu último ano de vida e que exprimem intencionalmente a sua visão e memória sobre a Nazaré enquanto praia piscatória, onde as formas pontiagudas das embarcações se aliam à sua diversidade cromática, prolongada pelas sugestões do traje tradicional dos pescadores e suas mulheres, remetendo para um universo simultaneamente memorial e onírico.

Em mensagem à família pelo recente falecimento da autora, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, refere-se à “pintora neofigurativa ou abstratizante”, “também escritora e poeta, definia-se como uma pessoa em 'posição de descoberta'. Compete-nos lembrá-la ou descobri-la”.

É essa ação de lembrança ou de descoberta que o Museu Dr. Joaquim Manso propõe nesta exposição, que patenteia a comunidade piscatória da Nazaré enquanto tema inspirador de artistas ao longo do século XX, numa permanente revisitação até à atualidade.

Fazendo parte do espólio familiar, com seleção pelo investigador Jorge Pereira de Sampaio, e apresentadas pela primeira vez ao público, as pinturas de Ana Maria Botelho vão estabelecer diálogos com os objetos etnográficos em exposição no Museu Dr. Joaquim Manso, e doados pela comunidade, incitando a olhares e leituras complementares.


Biografia da artista:

Ana Maria Botelho iniciou os seus estudos com os mestres João Reis e Eduardo Malta e licenciou-se em Artes Plásticas na Escola Superior do Louvre, Paris. Após diversas coletivas em Paris e Roma, fez a sua primeira exposição individual em Lisboa no SNI em 1963 e, no ano seguinte, recebeu o Prémio Revelação de Pintura Portuguesa dado pela imprensa.
Está representada em inúmeras colecções nacionais e estrangeiras, incluindo o Museu José Malhoa, a Fundação Calouste Gulbenkian, o Museu Hermitage e o Guggenheim.
Viveu entre Lisboa, Roma e Paris, onde conviveu com artistas e intelectuais como Paul Claudel, Camus, Jean Marais, Jean Cocteau, Picasso ou Nureyev.
Também escritora e poeta, considerava que estava “(…) em posição de descoberta / o rosto levantado para o fim do risco / e no fim do risco a porta aberta” (1968). 


+ informação em http://www.anamariabotelho.com/


Organização:
Museu Dr. Joaquim Manso – Museu da Nazaré
Jorge Pereira de Sampaio


Exposição patente entre 24 de setembro e 6 de novembro de 2016
terça-feira a domingo, 10h-12h30 | 14h-18h (17h30 a partir de 1 de outubro)


MUSEU DR. JOAQUIM MANSO / Direção Regional de Cultura do Centro
Rua D. Fuas Roupinho - Sítio
2450-065 Nazaré
telef. 262562801 | e-mail: mjmanso@drcc.pt
Acompanhe-nos em http://mdjm-nazare.blogspot.com
https://www.facebook.com/MuseudaNazare

Dizeres da Nazaré



Álvaro Laborinho, “Há hora do banho (banhistas na Praia) 6ª feira – Festas”, 1913
MDJM inv. 1043 Fot.

Lembrando os "palecos" que vinham em setembro "a banhos" à Nazaré...

É cada ping' que mata um palec! [É cada pingo que mata um "paleco"!] - Diz-se quando chove fortemente.
Também se costuma dizer: "é cada ping' que baldêa um palec"!

Consideravam-se como "palecos” os camponeses que, após as vindimas, vinham com trouxas e cestos de palha passar férias à Nazaré. Criou-se, então, a tradição de "dar banhos", hoje já não verificada. 

Após a alvorada, durante o mês de setembro, a praia da Nazaré enchia-se de “palecos” de colete, chapéu preto, em combinação ou pijama, com calças arregaçadas e saias levantadas, agarrados a um banheiro-pescador, que lhes “dava banho”, olhando pela sua segurança no mar. Molhando-se apenas até à cintura ou rolando na força das ondas carregadas de areia, para alguns a “hora do banho” era um mero divertimento, para outros, “era uma autêntica peregrinação porque lhes era dada a oportunidade de exporem os seus corpos com os seus males aos 'milagres' da água salgada” (Armando Salles Macatrão, “Expressões da Nazareth”, 1988)

Com o tempo, passou-se a considerar “palecos” todos os indivíduos nascidos fora da Nazaré.

Conheça esta e outras expressões nazarenas em "Dizeres da Nazaré".