Sessão de homenagem a José Soares
No passado dia 17 de março teve lugar, no Museu Dr. Joaquim Manso, uma sessão de reconhecimento e homenagem a José Soares – uma figura bem conhecida na Nazaré, que ao longo da sua vida sempre manifestou grande interesse pelo estudo e investigação da cultura local, sendo autor de uma significativa produção literária.
Rodeado de grande número de amigos, José Soares (n. 1922) ouviu palavras de estima, de consideração e respeito intelectual, elogiando a sua sabedoria, a sua capacidade crítica e de autoanálise, a sua preocupação com o Mundo, a sua arte de fazer amigos e de saber ser amigo, enfim, palavras de muitos afetos que atravessaram gerações e se espelharam nas intervenções dos vários oradores.
Amigos de longa data como Basílio Martins, Felisberto Matos e Armando Lopes, nomes ligados à imprensa regional, recordaram momentos de trabalho e de intervenção social, associados a tempos de descoberta das características etnográficas e patrimoniais da Nazaré, sendo José Soares considerado, nesta área, uma “biblioteca viva”.
Para Maria do Carmo Vieira, Abreu Pessegueiro e António Jacinto Pascoal foi um reencontro. Um reencontro de memórias, de projetos e de expectativas.
Com ternura, Maria do Carmo Vieira, autora do livro “O ensino do Português” (Fundação Francisco Manuel dos Santos, 2010), salientou a “sabedoria da velhice”, marcadas nas rugas de um rosto arguto e inteligente, e que refletem também a tranquilidade e o sonho de um mundo melhor.
O arquiteto e pintor Abreu Pessegueiro, natural do Porto, relembra tempos passados na casa de José Soares, o início do seu percurso como artista, as primeiras exposições na Nazaré nos anos 1960, a Comissão Municipal de Turismo, a motivação e o estímulo que José Soares sempre lhe transmitiu.
O poeta e escritor Jacinto Pascoal, no início da sua vida de docente em Alcobaça, encontrou em José Soares uma forma de ampliar conhecimentos, de ser aprendiz de um homem com convicções e capacidade de reconhecer erros e admitir correções.
Foi ainda relembrada a obra literária de José Soares, a sua importância para uma melhor compreensão da cultura e identidade local, os seus projetos futuros. Jacinto Pascoal afirma: “a sua arte é um abraço”.
No âmbito da poesia popular, Maria da Nazaré declamou um poema de sua autoria, redigido propositadamente para a sessão. Por fim, o presidente da Câmara Municipal da Nazaré, Jorge Barroso, elogiou as características éticas da personalidade de José Soares, valorizando a sua obra.
A sessão contou ainda com a participação do público e a apresentação do filme de Steve Delgado, “O Corrimoeiro”, realizado por este artista nazareno a partir da leitura da obra pelo seu autor, no espaço do Museu.
O Museu Dr. Joaquim Manso agradece a presença do público e a simpática colaboração de todos os convidados, que tornaram possível "estórias e poesias", sessão de homenagem a José Soares.
Consulte os textos lidos por Abreu Pessegueiro, Jacinto Pascoal, Basílio Martins e Armando Lopes.
Ler notícia no portal da Câmara Municipal da Nazaré.
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