Guarda a tua MARCHA no Museu! Carnaval 2016




Na Nazaré, já se vive o Carnaval, uma das festas nazarenas mais populares e intensamente vividas por toda a comunidade.

O Museu Dr. Joaquim Manso vem, mais uma vez, lançar o desafio a todos os grupos carnavalescos e foliões, para que nos entreguem uma cópia das “marchas” (letra e/ou música).
 

O Museu Dr. Joaquim Manso tem vindo a reunir um número considerável de letras de marchas, sendo a mais antiga datada de 1928. Hoje, esta “Marchoteca” constitui a memória de tantos Carnavais nazarenos e é património de todos.

As marchas poderão ser entregues no próprio Museu, enviadas por e-mail para mjmanso@drcc.pt ou através da nossa página no Facebook ( https://www.facebook.com/MuseudaNazare )

A colaboração de todos é imprescindível para a actualização da “marchoteca do Carnaval da Nazaré”!


O Museu Dr. Joaquim Manso deseja um BOM CARNAVAL 2016 a todos os foliões!


Para + informação sobre o Carnaval da Nazaré 2016, clique aqui. 

"Seca fatos de oleado" é o Mote do Carnaval Nazaré 2016


Lança Cordeiro (1938 - 2000), “Roupa estendida ao sol entre os barcos no areal”, s.d. [anos 1950-70]. MDJM inv. 3162 Fot.

 

“Seca fat's d'óliad” [Seca fatos de oleado!] é o Mote do Carnaval 2016 na Nazaré, expressão empregue em relação a uma pessoa maçadora e que remete para a identidade nazarena ligada ao mar e à pesca do bacalhau.

Na Nazaré, em meados do século XX, era comum avistarem-se muitos fatos de oleado a secar nas ruas e em quintais, principalmente, antes dos bacalhoeiros partirem para as longas viagens de sete ou mais meses, para a Terra Nova e Gronelândia.

Nas lojas de fazendas, as mulheres dos bacalhoeiros compravam pano-cru (tecido de algodão assim designado por não possuir qualquer coloração) e levavam-no às costureiras para fazer os fatos dos seus familiares, por medida.

Uma fábrica de fiação localizada à entrada de Alcobaça (na estrada Valado-Alcobaça) era a principal fornecedora das lojas de fazendas locais. Aos fatos acabados era, depois, aplicada uma série de demãos de óleo de linhaça, para ficarem impermeáveis. Cada demão levava cerca de uma semana a secar, pelo que só após várias semanas os fatos de oleado ficavam prontos.

Esta ideia de duração está, por isso, subjacente à expressão nazarena “seca fatos de oleado”, quando aplicada em relação a alguém cansativo ou maçador.

Um fato de oleado completo, para o bacalhau, incluía um “sueste” (chapéu), um casaco, um par de calças, um par de mangas (denominadas “manguitos”) e de um avental. Este último era utilizado pelos pescadores que, a bordo dos navios, escalavam o peixe.
 

Além de ser usado pelos antigos bacalhoeiros, este “fato de oleado” era usado também pelos pescadores “do candil”, ou seja, por aqueles que se dedicavam (e se dedicam) a pescar na enseada da Nazaré, sobretudo o carapau, um tipo de pesca que obriga o pescador a permanecer várias horas no mar.
 

Finalmente, também as velas de pano-cru de barcos como os batéis eram tratadas com óleo de linhaça.

E como no Carnaval da Nazaré não se quer ninguém “maçador”, o Museu Dr. Joaquim Manso deseja um BOM CARNAVAL 2016 a todos os foliões!

Para + informação sobre o Carnaval da Nazaré 2016, clique aqui.
 

Álvaro Laborinho (1879 - 1970), "Roupa estendida na praia", s.d. [anos 1910-30]. MDJM inv. 2521 Fot.

EXPOSIÇÃO "Estórias de heróis..." | PROLONGAMENTO


EXPOSIÇÃO "Estórias de heróis. Quando o mar se enfurece"... | PROLONGAMENTO
 
Em dias de inverno, de "mar ruim", é bom lembrar os "heróis" do passado (assim como os atuais) que comprometeram a sua segurança para salvar quem anda no mar. VISITE a nossa exposição "Estórias de heróis...", prolongada até final de janeiro!


Durante o inverno, são cada vez mais aqueles que acorrem à Nazaré para admirar a grandiosidade das suas ONDAS. No entanto, recentemente descobertas pelos surfistas de todo o mundo, as ondas desde sempre constituíram um desafio para quem se aventura ao mar na região. Em 1958, Artur Pastor dizia que “o mar típico da Nazaré, que evoca a luta e a tragédia – é o mar onde só os grandes se arriscam” ("Nazaré. Portugal", 1958).

Em embarcações de madeira, os homens faziam-se ao mar, nem sempre sabendo nadar. Métodos intuitivos, que exigiam grande capacidade de observação e transmissão de conhecimentos orais, alicerçavam uma pesca sobretudo artesanal. 

Este mar sem o qual os nazarenos não conseguem (sobre)viver, durante anos, foi também um “lago de dor”, espelhado no negro das vestes das mulheres.

Na praia ou na dita “Casa da Barca”, na Capitania, a Barca Salva-Vidas “NOSSA SENHORA DOS AFLITOS” estava sempre pronta para entrar ao mar em caso de aflição; foi seu primeiro “patrão” Joaquim Bernardo de Sousa Lobo. 


Nesta barca ou nas suas próprias embarcações, ante as condições adversas do mar, “JOAQUIM DA RITA”, como ficou conhecido, e outros marítimos como JOSÉ DA RABICHA (José Pereira Ganso), praticaram salvamentos em atos de verdadeiro heroísmo que lhes mereceram, por parte do Real Instituto de Socorros a Náufragos, reconhecimento e várias condecorações, que agora o Museu Dr. Joaquim Manso expõem pela primeira vez


Esta é uma exposição evocativa de alguns desses “heróis do mar”, um exemplo de coragem em prol dos outros e uma homenagem a todos aqueles que pereceram no mar.

Visite-nos!