Domingos de Avellar Soeiro (n. Lisboa, 1918 - 2010) desde novo interessou-se pela fotografia. Tinha 11 anos quando o pai lhe ofereceu uma câmara fotográfica, uma “Zeiss Mess Konda” 6x6, com rolos de película “Ilford”.
As suas principais produções fotográficas datam dos anos 1950-60, numa selecção apresentada nesta exposição. Integrava o emblemático Foto-Clube 6x6, filiando-se no gosto “salonista” que dominou aquelas décadas, onde privilegiava o apuro técnico praticado na fotografia directa, muito cuidada às técnicas de utilização da luz.
Com uma produção relativamente diversificada, centrou-se sobretudo em três grandes temas: os bairros e as figuras típicas de Lisboa; a ruralidade, as feiras e festividades do Norte litoral do país; e os trabalhos agrícolas. O resultado é um apreciável espólio fotográfico, onde à qualidade artística das imagens se associa o inegável valor documental e etnográfico, testemunhando paisagens e costumes populares hoje já não existentes. A estes assuntos junta-se a atenção ao rosto individualizado, através de uma gama de retratos, alguns de interior, idealizados em estúdio.
O mar, as actividades piscatórias e as suas gentes captaram igualmente a atenção da sua objectiva. Avellar Soeiro vinha muito à Nazaré, onde gostava de almoçar no restaurante “Taberna d’Adélia”. Deixava-se contagiar pela alegria das crianças que brincavam na praia, ou pela conversa das mulheres sentadas nas esquinas das estreitas ruas marcadas pela brancura do casario. A lota improvisada no areal ou a entrada e saída dos barcos foram também registadas pela sua câmara, entre outros aspectos das vivências locais dos anos 1950, que esta exposição mostra pela primeira vez aos nazarenos.
No dia 18 de Maio, no âmbito da programação do Dia Internacional dos Museus, participe na tertúlia "A fotografia na memória da Nazaré", no auditório da Biblioteca Municipal da Nazaré.
Esta iniciativa conta com o apoio da Câmara Municipal da Nazaré.
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