Na Nazaré, os primeiros sinais dos festejos carnavalescos surgiam durante as celebrações a Santo Amaro, que têm lugar a 15 de Janeiro, em Alfeizerão, povoação situada a cerca de
Grupos de nazarenos, alguns envergando o seu traje tradicional, iam em romaria a pé, em ambiente de festa e de devoção popular. Ali chegados, davam voltas à capela de Santo Amaro; por vezes, assistiam à celebração da missa e da procissão. Depois, vivia-se a parte profana da festa, com a participação no arraial, sendo habitual o consumo de pinhões, tremoços, pevides e frutos secos, por vezes enfiados em cordel de sisal.
De regresso à Nazaré, estes grupos manifestavam já a euforia do Carnaval que se iria acentuar nos festejos de São Brás (3 de Fevereiro).
Hoje, já são poucos os nazarenos que têm disponibilidade para se deslocar àquelas festividades, mas ainda é um dia relembrado por muitos dos locais, que não perderam o espírito folião, agora sobretudo através da preparação das marchas.
Edmundo Maurício, em 16 de Janeiro de 1956, escreve a seguinte “Marcha de Santo Amaro”:
I
Vamos todos de marujo
A Stº Amaro rezar
Para que nos acompanhe
Quando formos para o mar
II
Todos os anos está
Nazaré aqui presente
A pedir a Stº Amaro
Que abençoe esta gente
Estribilho
Vamos cantar
À Vila de Alfeizerão
E pedir a Stº Amaro
Que a todos dê amparo
Abrigo e protecção
Oh Santo Amaro
Oh meu Santo popular
Nazaré de lés a lés
Vem rezar toda a seus pés
Para que a possas salvar
III
Defende todos os heróis
Lá na Índia nossa terra
E apaga teus faróis
A quem nos quer fazer guerra
IV
Mostra-lhes que andam mal
E que de tudo és capaz
Não peguem com Portugal
Terra de crença e de paz
Estribilho
Vamos cantar
À Vila de Alfeizerão
……………………
V
Acalmai todo o furor
Do grande mar tenebroso
Dá um pouco de calor
Ao pescador assombroso
VI
Que no barco para o mar
A pensar foram contigo
Para que ao regressar
Não tenham que enfrentar o perigo
Estribilho
…………..
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