Do mar para terra. Formas de comunicação























No Museu Dr. Joaquim Manso, as comemorações do Dia Nacional do Mar (celebrado a 16 novembro) têm início no dia 15 novembro, com a tertúlia “Do mar para terra. Formas de comunicação”, sobre as antigas técnicas de comunicação entre o mar e a terra, através de sinais visuais, acústicos e radiotelegráficos.

Os sistemas tradicionais (archote, fogacho e pinturas murais) utilizados pelos pescadores da Nazaré, hoje completamente substituídos por novas tecnologias, são trazidos ao presente pela voz dos antigos pescadores Agostinho da Nascimenta e Joaquim Estrelinha, que partilharão os seus saberes sobre processos ancestrais transmitidos oralmente de geração em geração, favorecendo o Museu o seu registo e memória.
À conversa estarão ainda António Peixe, docente de “Ciências do Mar - Ambiente e alterações climáticas” na Universidade Sénior da Nazaré; Bruno Santos, instrutor de mergulho; e Lourenço Gorricha, Comandante da Capitania do Porto da Nazaré.

Durante o mês de novembro, em exposição como “Objeto do Mês” (ler mais) estará a pintura naïf “Sinal à barca”, do nazareno Coelho da Silva (1909-1995), complementada com equipamentos de comunicação cedidos pela Capitania do Porto da Nazaré e fotografias de Charlotte E. Pauly (1886-1981), artista alemã que viveu na Nazaré no início dos anos 1930 e registou uma forma de comunicação para a pesca diurna através de sinais pintados. 

Esta iniciativa tem a colaboração da Capitania do Porto da Nazaré, da Câmara Municipal da Nazaré e da Universidade Sénior da Nazaré.

Horário: 15 de novembro, 15 horas
Local: Museu Dr. Joaquim Manso

Nazaré em galeria de Berlim



















Entre 26 de setembro e 4 de novembro, na Galeria Parterre, em Berlim, está patente ao público a exposição "Charlotte E. Pauly (1886-1981). Arbeiten auf Papier", onde figuram desenhos sobre a Nazaré realizados por esta artista alemã que aqui viveu nos anos 1930.

Recentemente, os familiares visitaram o Museu Dr. Joaquim Manso e, desde então, estamos a desenvolver uma colaboração para identificação de obras e documentação.

Uma visita a colocar na agenda a quem for a Berlim nos próximos tempos ou ler mais aqui: http://www.galerieparterre.de/ausstellung.php?id=13

Ler ainda Objeto do Mês de Novembro.


Jornadas: O Culto Mariano nos Coutos de Alcobaça



“O Futuro da Memória” foi o tema das Jornadas Europeias do Património 2012. No passado dia 29 de setembro, o Museu Dr. Joaquim Manso associou-se à iniciativa do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, inserindo-se no programa “O Culto Mariano nos Coutos de Alcobaça. Das origens ao Mosteiro de Santa Maria”, que contou também com a colaboração da Câmara Municipal de Alcobaça e da Confraria de Nossa Senhora da Nazaré.
Conforme a proposta deste programa conjunto, pretendia-se uma identificação “com a memória presente do culto de Maria, em terras de Alcobaça e Nazaré, um culto que todos os dias se constrói na incorporação da memória passada, identificando a futura”, partindo da premissa que o culto mariano é marca identitária de Portugal.
A manhã foi ocupada com uma visita ao Mosteiro de Alcobaça, sob a orientação da técnica superior Isabel Costeira. Para além de uma explanação sobre a dedicação mariana dos mosteiros cistercienses, o grupo percorreu aquele espaço conventual identificando as figurações associadas ao culto mariano, com destaque para as imagens de Nossa Senhora do Castelo, Nossa Senhora do Claustro e Nossa Senhora da Vitória, com passagem pelos “mistérios” representados no túmulo de Inês de Castro, incluindo ainda a visita à capela da Nova Sacristia e à Capela de Nossa Senhora do Desterro. Por fim, visitou-se a Igreja de Nossa Senhora da Conceição.
À tarde, rumou-se ao concelho da Nazaré, para uma primeira paragem na Igreja de Nossa Senhora das Areias, na Pederneira, em processo final de restauro. A apresentação da mesma esteve a cargo de Júlio Almeida, da Confraria de Nossa Senhora da Nazaré, que de seguida encaminhou os participantes para o local primeiro do dito milagre de Nossa Senhora da Nazaré, no Sítio. Aqui, visitou-se a pequena Ermida da Memória e o Santuário, onde permanece a culto a primitiva imagem, para além de outras representações pictóricas e azulejares alusivas à história do milagre.
Enquanto lugar de memória deste culto e espaço de reflexão sobre a sua influência e o caráter mais oficial ou popular das suas manifestações, no Museu Dr. Joaquim Manso, Dóris Santos apresentou parte da coleção de ex-votos, registos de santo, "lâminas", medalhas e outros adereços, entre fotografias, pintura e escultura, bem como documentação impressa associada ao tema. A pintura de Mário Botas, “O Milagre de Nossa Senhora da Nazaré” (1981-82) centrou esta mostra, aportando a visão contemporânea sobre a tradição iconográfica.
Ao fim da tarde, o percurso terminou no concelho de Alcobaça, na praia de Paredes, cuja pequena capela de Nossa Senhora da Vitória é motivo da organização anual de dois círios, um que parte da Nazaré (quinta-feira de Ascensão), outro que parte de Pataias (15 de agosto, Nossa Senhora da Assunção).
O antropólogo Alberto Guerreiro, técnico superior da Câmara Municipal de Alcobaça, foi contribuindo com a reflexão sobre a interligação entre a manifestação popular (profana) e a afirmação litúrgica (sagrada) do culto mariano nos antigos coutos de Alcobaça, terminando com a alusão aos contornos da sua permanência actual, na esteira de uma memória multissecular e transversal à divisão territorial.