No dia 11 de Outubro, com a colaboração da Junta de Freguesia da Nazaré, a equipa do Museu Dr. Joaquim Manso realizou mais uma visita técnica, desta vez ao Museu Marítimo de Ílhavo.
Após a explanação introdutória sobre a evolução histórica da instituição, em termos de colecção e programa, e os princípios norteadores da sua actual missão, assentes na programação e na investigação, Álvaro Garrido, director do museu que no próximo ano celebra 75 anos, acompanhou o grupo numa visita à sala da Faina Maior, “lugar da memória da pesca do bacalhau” à linha com dóris. Esta exposição foi particularmente interessante, não só pelo seu carácter emblemático no conjunto de todo o museu, mas pela afinidade com parte das colecções do Museu da Nazaré, terra de tantos bacalhoeiros e onde as longínquas campanhas ainda muito subsistem na memória individual e colectiva.
A Técnica Paula Ribeiro orientou a visita às restantes áreas do Museu, incluindo as reservas e o espaço do Serviço Educativo, chamando a atenção para as embarcações tradicionais enquanto objecto museológico e os desafios que se colocam à exposição e conservação de uma colecção que, apesar de muito diversificada em termos de materiais e categorias, se desenrola sobre um eixo programático centrado na “cultura do mar”.
Finalmente, a Técnica Márcia Carvalho apresentou a visão conceptual que preside ao regular programa de exposições temporárias do Museu Marítimo de Ílhavo, nomeadamente sobre “Fora de Bordo”, mostra terminada a 2 de Outubro, que decorreu de um processo de investigação e que reuniu fotografias de múltiplos autores estrangeiros sobre as comunidades marítimas portuguesas, onde a Nazaré e a sua praia (palco de toda a acção) foram um cenário de especial eleição.
Houve ainda oportunidade para trocar impressões sobre a necessidade de articulação entre o projecto arquitectónico e o programa museológico, nomeadamente em edifícios construídos de raiz, como a ampliação e remodelação do Museu Marítimo de Ílhavo, datada de 2001 e do risco da ARX, Lda. O Museu aguarda agora uma nova ampliação, para instalar reservas, um aquário de bacalhaus e um núcleo de investigação, da autoria do mesmo gabinete de arquitectura, e que lhe aumentará também o seu campo de actuação nas questões relacionadas com as activações patrimoniais em torno da Faina Maior.
No período da tarde, foi tempo para uma visita ao Navio de Santo André, pólo do Museu Marítimo de Ílhavo situado na Gafanha da Nazaré. Este arrastão lateral nascido em 1948 e desmantelado em 1997, foi convertido pela Câmara Municipal de Ílhavo em navio-museu desde 2001, com um percurso didáctico em parte conseguido graças ao recurso a diversos meios audiovisuais que contextualizam e, sobretudo, dão voz e rosto aos homens que por ali passaram durante o seu meio século de actividade.
Para a equipa técnica do Museu Dr. Joaquim Manso esta foi, inegavelmente, uma visita de trabalho muito enriquecedora, no ponto de vista formativo, em prol da qualidade das práticas museológicas e da promoção da reflexão sobre o papel dos museus na representação da “cultura do mar”. Os nossos agradecimentos ao Museu Marítimo de Ílhavo!
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